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OPINIÃO: O trem da sustentabilidade

O Brasil pode estar perdendo uma oportunidade histórica: ser um país com a “faca e queijo na mão” na adoção de medidas ambientais de relevância, com medidas de sustentabilidade. Por que digo isto? O Brasil tradicionalmente é lento em adotar certas medidas que visem um aprimoramento de suas leis e suas atividades e o assunto meio ambiente não é diferente. Somos rápidos em aprovar leis que beneficiem pequenos grupos ou aumentem os tributos.

06/07/2011 - 06:43


Somos rápidos em licitar obras superfaturadas, com desvio de verbas e propinas (cujo exemplo mais recente refere-se ao Ministério dos Transportes), mas somos lentos em adotar medidas que invistam em real qualidade de vida. Digo isto porque a China (de novo ela) parece que entendeu o conceito de sustentabilidade. Apesar de a China ser um dos maiores poluidores do mundo, o governo chinês pretende perder este título e investir em tecnologias limpas, com incentivos fiscais às indústrias para que adotem práticas mais verdes. Em fevereiro deste ano, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao afirmou na Assembléia do Partido Comunista que a China não pretende ter uma alta taxa de crescimento “à custa de prejuízos ao meio ambiente”. Na prática, os incentivos para empresas e investimentos em tecnologias limpas, conservação ambiental e a substituição do carvão por outras fontes de energia chegam a R$ 630 bilhões no país. Apenas em apoio às companhias que atuam em setores de energias renováveis ou tecnologias limpas, o governo chinês criou fundos que até o fim do ano passado somavam US$ 84 bilhões (R$ 136 bilhões), segundo o estudo “Economia limpa, planeta habitável – prontos para crescer”, da consultoria alemã Roland Berger.  O valor inclui subsídios para uso de terras e crédito a juros baixos.(Fonte: site iG notícias – 06/07/2011). Além dos setores de energia solar e veículos elétricos, outros cinco foram apontados no plano quinquenal do governo chinês (para o período de 2011 a 2015) como prioritários para investimentos: alta tecnologia, novas matérias-primas, biotecnologia, farmacêutico e de tecnologia da informação. A China pretende investir também US$ 222,5 bilhões (R$ 364 bilhões) em conservação ambiental e em reestruturação da produção industrial. Acompanhando a publicação de artigos em periódicos científicos, percebe-se na China um crescimento acelerado na pesquisa, desenvolvimento e inovação em várias áreas do conhecimento humano, seja em pesquisa básica como aplicada, pois os chineses entendem que isto é vital para o futuro. Será que o Brasil ficará apenas olhando o trem da sustentabilidade ambiental passar, como mero espectador, aguardando apenas o momento para importar tecnologia pronta de outros países? Nosso PIB será usado para pagar tecnologia de fora? Com certeza isto sairá muito caro, mas muito caro.

 

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