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PANDEMIA

Bandeira Roxa: Toledo entra em risco muito alto para Covid-19

Houve agravamento em todos os indicadores, os leitos podem se esgotar entre 7 a 21 dias, se nada mudar

08/12/2020 - 19:49
Por Redação com informações da SECOM


Nesta terça-feira (8), a crise sanitária do coronavírus se agravou, o município de Toledo, que estava em bandeira laranja, pulou a bandeira vermelha e foi direto para a roxa, o que indica alto risco de contágio e risco de colapso na saúde. Segundo técnicos do COE, há risco de esgotamento de leitos, de 7 a 21 dias se o quadro se mantiver o mesmo.

Na matriz de risco CONASS/CONASEMS, a bandeira laranja já exigia medidas mais contundentes para conter a expansão do vírus, o que não aconteceu. A crise agravou e hoje (8), além do anúncio de 55 novos casos, mais uma vida perdida, de uma mulher de 55 anos, chegando a 79ª morte por Covid-19, veio o anúncio da bandeira roxa.

Os técnicos do Centro de Operações Emergenciais (COE) apresentaram os dados na reunião que aconteceu nesta tarde. A bandeira roxa é o mais alto risco previsto, na matriz aderida pelo município. Nem mesmo no maior pico da Pandemia no inverno, Toledo chegou no risco mais elevado, o que exige restrição máxima.

Os indicadores

Todos os parâmetros avaliados sofreram piora em relação às semanas anteriores, totalizando 31 pontos na matriz de risco numa escala que vai de 0 a 40 - desde o início da pandemia, esta pontuação nunca foi tão alta assim, o que coloca em sério risco de colapso o sistema público de saúde instalado no município. 

 “Não adianta correr para outras cidades, pois, infelizmente, o Estado do Paraná chegou num nível crítico e todas as regionais estão enfrentando problemas com as altas taxas de ocupação de leitos”, acrescenta Panini.

A informação mais preocupante diz respeito ao índice médio de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS), que na semana epidemiológica 49 (29/11 a 05/12) foi de 78,57%, conferindo a Toledo 9 pontos na matriz de risco. Outros 8 pontos advêm do aumento de 300% no número de óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos últimos 14 dias.

Neste período houve aumento de 200% no número de casos, o que fez Toledo somar mais 4 pontos - esta também foi a pontuação em relação à taxa média de ocupação de leitos de enfermaria adulto por SRAG (56,12%). Em dois parâmetros o município está com três pontos em cada: previsão de esgotamento de leitos de UTI (7 a 21 dias) e taxa de positividade (44,95% do total de exames RT-PCR coletados). 

Para entender a gravidade da situação hospitalar, nesta terça-feira (08) dos 24 leitos de UTI em Toledo, 22 estavam ocupados (91,67%). Segundo a coordenação do Pronto Atendimento Municipal (PAM), até o momento da apuração, nove pacientes estavam clicados na Central de Leitos e aguardando uma transferência para a rede hospitalar. 

Orientação

O médico integrante da comissão técnica do COE, Fernando Pedrotti, vê com preocupação estes números e faz um alerta à população. “É fundamental que todos nós compreendamos que tem um vírus que pode matar circulando em nosso município. Cada cidadão tem que ser responsável em suas atitudes tanto em casa quanto fora”, adverte. 

 “Aquilo que sempre falamos continua valendo: manter distanciamento social, ficando 2 metros afastado do indivíduo mais próximo; evitar aglomerações, não entrando em ambientes fechados com grande número de pessoas; usar máscara do jeito certo, cobrindo totalmente boca e nariz; e higienizar as mãos várias vezes ao dia, lavando com água e sabão ou, caso isso não seja possível, passar álcool em gel 70% nelas”, aconselha.

As autoridades reforçam que a pandemia não acabou e que estamos vivenciando os piores cenários desde o seu início. Diferente de meses atrás, agora todos já sabem quais são os cuidados que devem ser tomados, cabendo a cada cidadão fazer a sua parte. 

Medidas da Matriz de Risco

A matriz de risco CONASS/CONASEMS, que orientou as decisões do município no pico da Pandemia, orienta medidas para cada grau de risco, de forma cumulativa. Na bandeira roxa, além de todas as restrições de reuniões, encontros, aulas presenciais, suspensão de atividades consideradas não essenciais, orienta para a adoção de quarentena, como expõe a portaria 356/2020, conforme a avaliação do gestor.

Posição do município

Questionamos quais as medidas o município adotaria para evitar o colapso do sistema, se teria alguma orientação ou Decreto. A secretária de comunicação, Suzi Lira disse que não teria novas medidas. E mais tarde, outro integrante da Secretaria disse que: “A matriz de risco não foi "assumida" pelo município. Ela é um indicativo para que os técnicos possam avaliar o cenário e balizar os gestores na tomada de decisões. O momento agora é outro, medidas restritivas foram adotadas em todo o Estado e o Município está seguindo as recomendações. No último final de semana a Polícia Militar teve um papel fiscalizador bastante interessante em vários estabelecimentos e locais de aglomerações. Por isso, é importante reforçar o alerta, pois tem situações que dependem do comportamento das pessoas. Não podemos decretar o fim da pandemia, então temos que encontrar soluções diferentes, já que as que foram adotadas não eliminaram a presença do vírus”.

No entanto, a matriz de risco, foi usada em outros momentos de menor gravidade. A adesão foi anunciada em live, como pode ser relembrado clicando aqui, na matéria da Casa de Notícias, ou na própria live da Prefeitura, aos 53 minutos e 55 segundos, onde a Secretária de Saúde, Denise Liel fala que o município adotou a matriz.

Decreto Estadual

A legislação vigente no momento é o Decreto Estadual 6284/20, que institui, de 2 a 17 de dezembro, no período das 23h às 5h, diariamente, proibição provisória de circulação e aglomeração em espaços e vias públicas, salvo em casos de deslocamento de ou para o trabalho ou no exercício de atividades essenciais. 

O Decreto 6294/2020, editado na última quinta-feira (03), estabelece, entre outras regras, a proibição de confraternizações e eventos presenciais que causem aglomerações com grupos de mais de 10 pessoas, excluídas da contagem crianças de até 14 anos. A exceção são ações sem contato físico, incluindo o modelo drive in. O documento é válido por 15 dias, prazo que pode ser prorrogado.

 O texto assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior prevê também a proibição da comercialização e do consumo em vias e espaços públicos de bebidas alcoólicas das 23h às 5h. A fiscalização quanto ao cumprimento dos três decretos estaduais está a cargo da Polícia Militar do Paraná, que poderá requisitar auxílio do município.

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