A secretaria municipal de Saúde esteve na Câmara Municipal, na noite de quarta-feira (30), para prestar contas aos vereadores e comunidade presente dos resultados da gestão no segundo quadrimestre. Os indicadores mostraram que a atenção básica foi qualificada e a mortalidade infantil no município superou a expectativa da Organização Mundial de Saúde que preconiza até 10 óbitos por mil, Toledo reduziu a taxa para 6,3 por mil, o desempenho foi melhor do que a média do estado que se manteve em 10 óbitos por mil. Outros indicadores que apontaram maior eficiência na atenção básica foram da saúde bucal, saúde da mulher, acompanhamento da gestação e controle da dengue.
A mortalidade infantil é um desafio para qualquer gestor e quanto menor for a razão por mil melhor é o indicador. A taxa de 6,3 por mil atingida por Toledo corresponde ao acumulado dos oito primeiros meses do ano, e o resultado é atribuído ao conjunto de políticas públicas. “Reduzir para a taxa para um digito é uma vitória de todo o município. Mostra maior resolutividade na atenção básica, o maior número de consultas das gestantes, a melhora no atendimento do Mãe Paranaense – que atende a média e alta complexidade. Todos podemos comemorar por que o índice está condizente com um município que tem alta renda per capita”.
Outro indicador que também influência na mortalidade infantil é o acompanhamento da gestação. No município 87,3% das gestantes realizam de sete a mais consultas. No primeiro quadrimestre três gestantes não realizaram nenhuma consulta de pré-natal, no segundo quadrimestre foram duas. Realizaram de uma a três consultas no primeiro quadrimestre 22 e no segundo 11. De quatro a seis consultas de pré-natal nos quatro primeiros meses foram 110 gestantes e de maio a agosto reduziu para 25, enquanto o número de gestantes que realizaram de sete a mais consultas aumentou de 579 no primeiro quadrimestre para 610 gestantes, no segundo quadrimestre. Estes números se referem às gestantes atendidas da rede SUS.
Os indicadores relacionados à saúde da mulher, no que se refere à realização dos preventivos de câncer teve um melhor desempenho. Os exames realizados no público alvo de 25 a 64 anos saíram de 1818 exames coletados no primeiro quadrimestre para 2042 no segundo. “Fizemos um levantamento por unidade básica de saúde, planilhamos quais atingiram a meta e quais não conseguiram. E a partir daí estamos fazendo busca ativa destas mulheres para o agendamento”, explicou a secretária de Saúde, Denise Campos.
A secretária alerta que, a partir de hoje, em alusão ao Outubro Rosa, todas as unidades básicas terão seus horários ampliados para realização dos exames. “Cada Unidade terá seu horário ampliado conforme a realidade daquela comunidade. É muito importante que as mulheres busquem a UBS mais perto da sua casa e agendem seu preventivo”.
A saúde bucal foi outro indicador defendido por Denise Campos como um grande salto na saúde preventiva do município. “No primeiro quadrimestre realizamos 14.604 procedimentos odontológicos, no segundo quadrimestre realizamos 38.392; nos bochechos com flúor de 4.984 passamos para 12.218; e as escovações supervisionadas de 2.269, no segundo quadrimestre, ampliamos para 6112. Isso é prevenção”.
Denise Campos lembrou que foram implantadas, no município, duas equipes de Estratégia da Saúde Bucal. “Uma no Santa Clara IV e outra recentemente no São Francisco. E para o ano que vem, temos no planejamento mais cinco equipes”.
O controle da dengue foi outro aspecto avaliado como desempenho positivo no quadrimestre. De 766 casos suspeitos no primeiro quadrimestre, no segundo este número reduziu para 367. Nos casos confirmados importados de 51 caiu no segundo quadrimestre para 12. E os casos confirmados autóctones de 435 reduziu para 221. O Lira de abril registrou o índice de infestação 6,6 e em julho 0,9 – o índice está dentro do preconizado.
As cirurgias eletivas são de responsabilidade do Estado, embora o município viesse realizando alguns procedimentos para que a população não ficasse desassistida. Somente na terça-feira (29), a Secretaria Municipal foi oficialmente comunicada que o Estado retomaria com sua obrigação em relação às cirurgias eletivas. A secretária de Saúde, Denise Campos disse que juntamente com a Regional de Saúde farão um planejamento. “O Estado nos pediu uma planilha com data de entrada na fila, por especialidades, de toda a nossa lista de espera das cirurgias eletivas. Nesta quinta-feira, estaremos juntos com a Regional de Saúde e outros municípios planejando por onde vamos começar, definir quais as cirurgias que serão feitas e quantas serão feitas. Definir quais os prestadores de serviço executarão os procedimentos. Aqui temos os Hospitais Bom Jesus e o HCO, que para nós seria o ideal que ambos fizessem as cirurgias para que nós não precisássemos deslocar os pacientes, o que aumentaria ainda mais os custos. Mas isto, ainda será feito o planejamento pois nós recebemos os códigos de procedimentos e valores de tabela na terça-feira junto com a Regional de Saúde”.
Os investimentos em saúde, em relação às receitas líquidas do município, também aumentaram de 25,03% no primeiro quadrimestre, no segundo este percentual representou 27,55%. “Deste total, 83% o município está arcando com tudo, a União está investindo 13,17% e o Estado 3,68%. Dentro da Constituição Federal, a Emenda 29, o município deveria aplicar 15% em saúde, mas hoje nós estamos aplicando 27,55%”.
Os vereadores no geral se demonstraram satisfeitos com o desempenho da gestão, em especial, com a redução da mortalidade infantil. “Se este fosse o único número positivo já devíamos comemorar, porque são crianças que salvamos e permanecem com suas famílias. Mas são muitos outros indicadores que nos mostram que estamos avançando. Os resultados às vezes não vêm na velocidade que gostaríamos, mas aqui estamos vendo que estão acontecendo”, frizou o vereador Wagner Delabio.
O vereador Neudi Mosconi disse que os dados são bons. “Se o município mantiver-se em um dígito até final do ano isso é muito bom, vamos torcer”. Mosconi questionou o aumento de gasto com os servidores, apresentando um número que foi questionado pela secretária. Denise mostrou os números oficias ao vereador. “O senhor está equivocado o número correto é 75,48% o resto é investimento em política pública. E o aumento do gasto com servidores é óbvio, pois estamos ampliando o serviço. Abrimos mais equipes de Estratégia de Saúde da Família, Saúde Bucal e tantos outros serviços, sem contar que aumentou a população. Os serviços precisam de pessoas”.
O prefeito Beto Lunitti que acompanhou a audiência comemorou os resultados. “Reduzir a mortalidade infantil é reflexo do bom desempenho das políticas públicas, significa que estamos aos poucos conseguindo trabalhar em rede e ser mais resolutivos e isso quem ganha é a população”.
Beto Lunitti defendeu que o município está investindo mais e melhor em saúde. “Estamos arcando com a maior parte do financiamento da saúde pública, mais do que o estado e mais do que a União, mas mais do que isso, estamos investindo bem, estamos fazendo o dever de casa e ampliando a Estratégia da Saúde da Família, Bucal – estamos fazendo prevenção. Sei que às vezes é difícil entender que o resultado é em longo prazo. Estamos mudando um modelo que está atrasado. Se antes era sintoma e remédio, agora estamos prevenindo, e o grosso do resultado será observado daqui alguns anos, mas no curto prazo já está aqui: mortalidade infantil em um dígito, maior atenção a saúde da mulher, estamos buscando as pessoas para que não adoeçam”.
A cobertura vacinal que ficou em média 70% a secretária de saúde, Denise Campos disse que o município está fazendo busca ativa das crianças. “Apesar das campanhas os responsáveis não estão levando as crianças para vacinar, como gostaríamos, por tanto, já verificamos quem são estas crianças, orientamos os agentes comunitários de saúde para sensibilizarem os responsáveis e estamos enviando cartinha a eles dizendo quais as vacinas que estão vencidas”.