Fortalecer as comunidades e promover a sucessão nas propriedades rurais. Com este intuito a Prefeitura de Toledo tem promovido muitos investimentos nos distritos e demais localidades da zona rural do município. Em uma cerimônia emocionante, na terça-feira (09), a Prefeitura de Toledo reinaugurou a Escola Municipal Rural São Pedro, em Cerro da Lola. A comunidade escolar e autoridades municipais estiveram presentes. A unidade atende 50 crianças, do pré I ao quinto ano, das Linhas General Osório, KM 41, União e São Salvador.
As obras haviam sido iniciadas em março e o Governo Municipal destinou aproximadamente R$ 400 mil para as melhorias necessárias. O prédio atual foi construído em 1977 e a ampliação contemplou novas salas para direção, professores, coordenação e biblioteca; novos banheiros para os alunos; melhorias na cozinha, que foi adequada às normas da Vigilância Sanitária; construção de um parque infantil; pórtico e passarela coberta. Também foi realizada a reforma no telhado, acabando com as goteiras e as infiltrações provocadas pela má condição da estrutura.
Cerro da Lola
Por volta da década de 1950, as famílias de Benjamim Rossato, Kasimiro Turra, Cerilo Rossato, Antônio Fortunato Moresco e João Miro Donin, vindas de Rio Grande do Sul, em busca de melhores condições de vida se instalaram na região que viria a ser Cerro da Lola. O nome de Cerro da Lola deu-se por motivo de ter um homem trabalhando a serviço da Colonizadora Maripá. Um dia, quando estava abrindo picadas, sua filha Lola que lhe trazia o almoço, foi devorada por uma onça, em um local em declive, dando este nome a localidade.
O senhor Arcângelo Vanzella vindo para ver como estavam suas terras sentiu a necessidade de ali construir uma igreja. Então se reuniu com essas famílias e ele decidiu fazer a doação de terreno, por este estar próximo a estrada que ligava Toledo a Porto Britânia. Após a doação voltou a Rio Grande do Sul, retornando três anos depois, para fixar moradia neste local. Após a construção da igreja, um caminhoneiro chamado Pedro Ramos, que freqüentemente fazia o trajeto Toledo a Porto Britânia, um dia parando neste local e conversando com os moradores, decidiu fazer a doação da imagem de São Pedro. Por isso o nome da Capela ficou São Pedro.
Como nesta época não havia uma construção própria para a instalação de uma escola, esta funcionou por um período junto com a Capela, ficando por este motivo com o nome Escola São Pedro. Mais tarde foi construída uma sede própria para a escola. A mesma mudou-se outra vez, para o prédio atual, inaugurado em 27 de novembro de 1977 na gestão de Duílio Genari e Arnoldo Bohnen.
A diretora da unidade escolar, Miriane Klenschmidt, afirmou que a demanda era antiga e aguardada, há mais de 20 anos, pela equipe pedagógica. “Era uma necessidade as intervenções. Nossas estruturas eram muito deficitárias, mas nunca nos furtamos de desenvolver nosso trabalho. Agora, com esta escola nova, o processo de ensino acontecerá de uma forma mais dinâmica”. A reforma e ampliação, segundo o representante de Conselho Municipal de Educação (CME), Flávio Scherer, traz dignidade para alunos e profissionais. “As intervenções passaram pelo crivo do CME e nós apoiamos o investimento. O interior precisa de escolas de qualidade e estas unidades estão contempladas no plano de recuperação das estruturas da Secretaria Municipal de Educação (SMED). Me alegro pela conquista desta região”, afirmou.
Para a comunidade escolar, os investimentos dão novo ânimo para o trabalho. O presidente da Associação de Pais e Mestres (APM), Cleiton Pilke, enalteceu a administração municipal por acreditar e aplicar recursos na Escola São Pedro, de Cerro da Lola. “A reforma e ampliação, aliada ao ensino integral, demonstram a preocupação com a sucessão nas propriedades e o fortalecimento das comunidades do interior”. O mesmo pensamento foi externado pela presidente do Conselho Escolar Marlei Bombardelli. “Acreditar no interior é apostar num futuro para estas comunidades”.
A ampliação e a reforma consideraram todas as normas de segurança e acessibilidade determinadas pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e demais órgãos fiscalizadores. Muito emocionada com a conquista da unidade escolar, a secretária de Educação, Tania Elisete de Grandi, afirmou que o levantamento realizado pela equipe da SMED em 2013 apontou diversos problemas em escolas e centros municipais de educação infantil, alguns com mais gravidade, como o da Escola São Pedro. “Quando chegamos aqui observamoas a cozinha dividindo paredes com os banheiros. Isso era degradante. Além do mais, os espaços eram insuficientes para todo o trabalho pedagógico. Ver esta escola como ficou agora emociona”.
Mesma emoção foi compartilhada pelo prefeito Beto Lunitti. Durante a cerimônia, os alunos da Escola São Pedro realizaram duas apresentações artísticas para os presentes. “É um dia diferente para nós. O foco do nosso governo está no desenvolvimento econômico, na participação popular e no ser humano. Por isso investimos em educação e saúde. Temos que acreditar que as comunidades podem ser diferentes se receberem os investimentos necessários”.
Beto falou ainda que as localidades se desenvolvem a partir da escola, das instituições religiosas e da associação de moradores. “A Prefeitura investiu na escola, estuda uma forma de aplicar recursos no centro comunitário e a igreja também está sendo reformada. É um ciclo novo para Cerro da Lola”, comentou. O mesmo pensamento foi retratado pelo vice-prefeito Adelar Holsbach, o Pelanka. “Tudo que fazemos é uma forma de devolver tudo o que a comunidade toledana nos dá. Somos filhos desta terra ou a adotamos como local para vivermos e queremos o melhor para todos”, disse.
A Câmara de Vereadores também esteve representada no evento. O vereador Rogério Massing lembrou os diversos investimentos em escolas no interior como os que acontecem na Escola Municipal Nossa Senhora das Graças, em Ouro Preto, e os previstos para a Escola Municipal São Dimas, em Bom Princípio, está última ainda em madeira. “Seria mais fácil levar estas crianças para a cidade estudar, mas assim se decretaria a morte destas comunidades do interior”. Já a vereadora Sueli Guerra afirmou que destinar recursos para escolas não é gasto. “Se olharmos os números friamente, em uma escola que atende 50 crianças aplicar R$ 400 mil pode parecer muito. Isso não pode ser analisado simplesmente como número, é necessário ver o desenvolvimento social que isso traz para a comunidade”, completou.