Um dia após os trabalhadores rejeitarem por maioria a proposta salarial oferecida pela BRF, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Toledo e Região e da empresa, que possui na cidade a segunda maior unidade do país, com aproximadamente 6.800 trabalhadores, participaram de uma reunião para definir quais serão os rumos para tentar chegar a uma decisão sobre o acordo coletivo 2015/20016.
Os relações sindicais da empresa Paulo Rizzi e Vilson Medeiros, apresentaram duas propostas para o Sindicato. Uma delas seria antecipação de 6,5% de reajuste já na próxima folha de pagamento, mas foi rejeitada por unanimidade pela diretoria. A outra, de aguardar uma nova proposta na próxima semana foi aceita, mas mesmo assim, os preparativos para a greve não vão parar.
O presidente do Stia-Toledo João Moacir destacou o respaldo da diretoria nas tomadas de decisões, mas também lembrou que a Assembleia na quarta-feira, mostrou que o trabalhador está descontente com as propostas que recebeu até agora. “O Sindicato sempre tenta resolver esse tipo de situação com diálogo e realmente temos a esperança que a proposta melhore e que esse pedido da empresa não seja apenas uma maneira de ganhar tempo para tentar esfriar o nosso movimento que está bastante fortalecido”, explicou o dirigente sindical.
Caso a proposta da empresa seja mantida nos mesmos padrões da reprovada em Assembleia ou representar poucos avanços para a categoria, a greve ficará eminente. “Se isso ocorrer não vemos outro caminho a não ser a paralisação do maior número possível de trabalhadores. Toda a diretoria está atenta e nesse momento é importante que o trabalhador nos apoie, pois, somente dessa forma é que poderemos ter as nossas reivindicações atendidas”, disse.
Dos 4.608 trabalhadores que participaram da Assembleia, 2.634 votaram contra a proposta oferecida pela empresa que oferece reajuste escalonado por faixa de salário que é o contrario do que o Sindicato reivindica no acordo coletivo. “Nós sempre vamos buscar o ganho real na negociação e o que a empresa ofereceu até agora nem corrige o INPC que é de 10,33%. Essa proposta não valoriza o trabalhador”, explicou o presidente.