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SUSTENTABILIDADE

Toledano que escreveu projeto para amenizar fome na África está entre os cinco semifinalistas do desafio da ONU

O estudante da UTFPR, Wadis Lima, abordou sobre como a complementação alimentar à base de cogumelos nas escolas da Angola e Guiné-Bissau solucionaria a fome nestes países

30/06/2017 - 18:48


Toledo De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) existem no mundo mais de 170 milhões de crianças em estado de subnutrição, sendo que 20 milhões sofrem da forma mais grave de desnutrição. Na África Subsaariana, 41% das crianças menores de cinco anos de vida são desnutridas, causando entre 3,5 a 5 milhões de morte por ano. Neste contexto, o jovem toledano Wadis Ferreira Lima, estudante de Bioprocessos e Biotecnologia na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)– Campus Toledo – escreveu um projeto que busca mudar este cenário.

Através do Programa de Talentos Aiesec de Intercâmbio Global, em parceria com o site de empreendedorismo, Eureka, Wadis aceitou o desafio da Organização das Nações Unidas (ONU) de criar um projeto para selecionar jovens promissores com ideias para solucionar os problemas do mundo. A ação deveria ser baseada em três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OBS), Fome Zero no Mundo, Igualdade de Gênero e Educação de Qualidade. 

O toledano escreveu o projeto “Complementação Alimentar à Base de Cogumelos”, constituído em uma dieta enriquecida com o cogumelo Shimeji (Pleorotus ostreatus), que será ofertada a crianças de escolas da Angola e Guiné-Bissau no horário da refeição escolar. “O Shimeji possui níveis de proteínas e vitaminas importantes para o crescimento e desenvolvimento infantil, atenuando assim o nível de desnutrição das crianças destes países escolhidos”, explica Wadis.

Ele conta que teve uma semana para escrever o projeto, embasado em um trabalho acadêmico de Microbiologia sobre isolamento de fungos.  “Graças ao trabalho, eu vi que os fungos são úteis para a sociedade e que, mesmo assim, não são muito aproveitados”, conta ele. Além disso, o cogumelo pode ser produzido com maior eficiência biológica que a proteína animal, possuindo propriedades importantes a seres humanos, como fibras, vitaminas, baixo teor de lipídeos, minerais e boa proporção de ácidos graxos poli-insaturadas. “Levam em torno de 30 a 40 dias para serem aptos ao consumo humano, por isso é mais eficaz e eficiente que a proteína animal, ao contrário de uma vaca que leva seis meses”, explica o estudante.

O projeto prevê o cultivo do fungo em uma sala da própria escola, de maneira simples, eficaz e autossustentável com o auxílio de um difusor de conhecimento, como o coordenador, o diretor ou algum professor da escola. Já o cultivo pode ser feito adequadamente por meio de uma mistura de palha de trigo, adubo e água, devidamente esterilizado, por exemplo, em uma panela de pressão. “Com isso, podemos inocular os esporos do fungo no meio cultivo, realizar controle de umidade, temperatura diariamente para que este cresça para o consumo e utilização na alimentação escolar”, diz Wadis.

Desde que entrou no curso, Wadis quis investir em algo para mudar a sociedade. “Quando eu mandei, eu não tinha esperança de ser selecionado, pois havia muitos projetos bons. Quando saiu o resultado, eu fiquei perplexo. Agora estou bem empolgado e vejo que tenho bastante chance de conseguir”, revela.

A cada dois meses serão feitos estudos e pesquisas para analisar se o projeto está surtindo resultado. “Após seis meses, se tudo der certo, os difusores de conhecimento vão ensinar o cultivo do fungo para os familiares das crianças. Assim, vamos mudar não só a realidade das crianças, mas também de seu ambiente familiar”, conclui Wadis.

Votação

Mais de dois mil projetos participaram da seleção, senso que o toledano ficou entre os cinco semifinalistas. Para votar no projeto de Wadis acesse: https://goo.gl/kR5KhV.  

Os autores dos três projetos mais curtidos viajam para São Paulo no dia 24 de Julho para o YouthSpeak Fórum, um dos maiores eventos jovens de impacto do país. No dia 25, apresentam o projeto ao congresso, onde será escolhido o vencedor que ganhará viagem, dinheiro para investir no projeto e couching para desenvolver o trabalho defendido.

 

Texto: Daniel Felício

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