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PECUÁRIA

Equipamento reduz 70% do tempo necessário para compostagem

A compostagem convencional de animais mortos leva 150 dias, com equipamento desenvolvido e exibido na Femai este tempo reduz para 45 dias

26/09/2015 - 00:05


A destinação das carcaças dos animais mortos é um problema para os produtores do país, e em Toledo esta realidade não é diferente, o poder público municipal já teve diversas intervenções na busca de uma solução. A destinação por meio da compostagem é a única regulamentada no país.

A compostagem é um processo natural de fermentação que ocorre na presença de ar e umidade fazendo com que os suínos mortos e restos de parição sejam decompostos pela ação de microorganismos. O sistema convencional de 140 a 150 dias para concluir o processo. O equipamento desenvolvido por Elton Baumgarten da Tolevidro Reciclagem reduz este tempo para até 45 dias.

Baumgarten conta que desenvolveu três modelos de trituradores de carcaças o STC 01 para suínos, STC 02 para peru e o STC 03 para frango e peixe. “O equipamento já tem o registro provisório de patentes, por isso, trouxe para a Feira assim que recebi o número do registro. A Femai me deu a oportunidade de lançar o equipamento que já é homologado pelo IAP”.

O responsável pelo invento detalhou o funcionamento do STC 01, destinado para triturar carcaças de suínos. “A destinação das carcaças de suínos é o problema mais sério para o meio ambiente. Com este equipamento não mais é necessário esquartejar o suíno e largar bruto na sala de compostagem, ela vai direto para o triturador e em 30 a 40 segundos tritura uma carcaça de até 170kg”.

Elton Baumgarten explica que é possível triturar o animal morto em pedaços de 1cm até meio centímetro. “Ao mesmo tempo em que se tritura o animal, se mistura a maravalha, que faz a sucção da gordura, das vísceras e do sangue, para diminuir o odor na sala de compostagem”.  O sistema convencional de compostagem precisa de 140 a 150 dias para fazer todo o processo. “Apesar do tempo, ainda assim, sobram os ossos grandes. E isso, a China e a Russia não querem que aconteça no Brasil condição para continuarem comprando a nossa carne de suíno. Diante disso desenvolvi este equipamento que deixa o osso menor, e assim a compostagem acontece no máximo em 40 a 45 dias e aí já vai para a lavoura como adubo”.

O material usado para a compostagem é o equipamento STC 01 (no caso de suíno), composteira, material aerador, maravalha, serragem, cama de aviário, palhas das culturas (deve ser seca e serve também como fonte de carbono), água, termômetro ou barra de ferro para avaliar a temperatura; pá e regador (separar para uso só na composteira) e carrinho de mão.

O equipamento desenvolvido oferece diversos sistemas de segurança. “Tem uma proteção para não jogar os ossos para os lados e dentro tem um sistema de navalhas com contrafaca. O produtor pode jogar ali um suíno de 280 a 300 kg, uma matriz, por exemplo, então ele corta ao meio para soltar em duas partes, como neste caso os ossos são maiores, eu projetei a parte interna com navalha de aço 1045 temperado, para aguentar os ossos de suínos até 350 kg”. O sistema de funcionamento também foi patenteado.

Baumgarten conta que o equipamento tem um sistema de transmissão que pode ser por energia, com motor de 15 CV, com motoredutor, mas como a maioria dos produtores já tem um trator ele pode ser tracionado e o custo é reduzido.

Diferente do sistema convencional, com o equipamento desenvolvido por Elton Baumgarten a mistura da compostagem já acontece no momento que está triturando o animal morto. “Isso tudo numa fração de 40 segundos, no máximo, em um minuto para sair na carriola para ser transportado para a sala de compostagem”. 

O equipamento não tem emissão de gases é apenas um facilitador da compostagem. “É um equipamento rápido e fácil de trabalhar, não tem problema com manutenção, e ainda, o consumo de energia é baixo para o resultado que ele dá. Como os produtores já tem um investimento feito que é a sala de compostagem, este equipamento vai ocupar um espaço de 1m por 1,5m, então o único investimento necessário será o equipamento”.

Toledo é o maior produtor de suínos e aves do estado do Paraná, e o segundo em peixe (tilápia). São abatidos diariamente sete mil suínos, 400 mil aves e 48 mil quilos de tilápia, o que junto com a produção leiteira e grãos deu ao município o título de maior produtor agropecuário. Adicionando ao Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuário do Paraná R$ 1,75 bilhão - 10% acima do ano anterior, de acordo com o cálculo feito pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento.

Estes dados mostram a grandeza da agropecuária do município, mas também revela, problemas enfrentados pelos produtores, como a destinação dos animais mortos de forma que não agrida o meio ambiente. Por isso o invento de Elton Baumgarten foi acompanhado de perto pelo prefeito de Toledo, Beto Lunitti e sua equipe técnica.

O prefeito conta que o município tem acompanhado diversos estudos e inclusive se propôs em investir em pesquisas para solucionar o problema. “A regulamentação da destinação dos animais mortos é federal e precisamos observar isso. O equipamento da Tolevidro Reciclagem traz um alento aos produtores porque agiliza o processo de compostagem, otimiza o espaço necessário para o processo e reduz custos porque diminui a quantidade necessária do material utilizado para compostagem”.

Beto Lunitti diz que acompanhou a apresentação do equipamento e determinou a equipe técnica da prefeitura um estudo de uma política de incentivo aos produtores para que possam adquirir o equipamento. “Somos o primeiro produtor agropecuário do estado e o produtor rural tem se esforçado para que isso melhore a cada dia. Temos diversas ações de infraestrutura rural para facilitar os processos e agilizar o escoamento da nossa produção agropecuária. A destinação das carcaças dos animais mortos é um problema que enfrentamos e estamos trabalhando para junto com os produtores superar. O equipamento desenvolvido pelo Elton Baumgarten é uma grata surpresa que a Femai deste ano nos trouxe, como tantos outros”.

Redação da Casa de Notícias

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