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SAÚDE

Jornada Médica de Toledo discute entre os principais temas o uso adequado de antibióticos

Entre os convidados está o Professor Eduardo Medeiros, Infectologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, que discutirá o problema do uso de antibióticos bem como apresentará diretrizes para o tratamento das principais infecções comunitárias e hospitalares.

04/08/2016 - 16:14


Acontecerá nos dias 05 e 06 de agosto de 2016, no Hotel Olinda em Toledo uma  Jornada Médica organizada pela Associação Médica de Toledo-AMT e Associação Médica do Paraná-AMP, que visa trazer ao interior do Paraná temas para atualização regional de médicos. O compartilhamento com troca de informações entre os profissionais de diversas especialidades faz toda a diferença no dia a dia dos profissionais da área de saúde que estão no interior, facilitando a uniformização das melhores condutas, afirma Dr. Leonardo Schmidt, presidente da AMT e um dos organizadores do encontro.

Uso racional dos antibióticos

Entre os convidados está o Professor Eduardo Medeiros, Infectologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, que discutirá o problema do uso de antibióticos bem como apresentará diretrizes para o tratamento das principais infecções comunitárias e hospitalares.

A descoberta dos antimicrobianos foi uma das mais importantes contribuições da Medicina. Muitas infecções que levam a morte são tratadas de forma eficaz com antibióticos determinando elevadas taxas de cura. Os antibióticos também possibilitaram avanços médicos importantes na área de transplantes, quimioterapia e tratamento com medicamentos imunodepressores, pois as infecções são os mais importantes efeitos colaterais nestes doentes. Sem os antibióticos muitos destes pacientes morreriam de infecções. Infelizmente, o aparecimento de microrganismos cada vez mais resistentes tem ameaçado esta conquista. Tanto na comunidade como no ambiente hospitalar, a resistência microbiana tem um grande impacto na morbidade e mortalidade, além de custos elevados de tratamento.

O primeiro antibiótico para uso clínico, a penicilina, foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming. Desde então, muitos antibióticos foram descobertos e aprimorados, classificados em gerações, ampliando o espectro de atividade e diminuindo os efeitos colaterais, porém as bactérias foram se tornando cada vez mais adaptadas e diversos mecanismos de resistência foram identificados. Uma competição entre a busca de novos antimicrobianos e o surgimento de resistência a cada um deles marcou os últimos 70 anos.

Muitos antibióticos são prescritos de forma inadequada e excessiva, aumentando os efeitos colaterais e a resistência bacteriana. Estima-se que 20 a 50% dos antibióticos prescritos sejam inadequados, utilizados erroneamente para o tratamento de infecções virais como a gripe. O mundo inteiro está preocupado com o uso excessivo de antibióticos seja na prática clínica ou na agricultura, como adjuvante para o crescimento de animais ou no controle de infecções nas frutas, legumes e verduras.

Publicidade médica e consentimento informado

 

  Dr. Afrânio Bernardes, médico conselheiro do CRM-PR, fala sobre as normas para a realização de publicidade médica, e sobre os termos de consentimento informado, fundamentais antes de qualquer ato médico, onde se expõe em detalhes, com palavras simples os procedimentos clínicos ou cirúrgicos  que serão realizados. “Esta é uma etapa que deve fazer parte do cotidiano dos consultórios, confirmando o entendimento dos pacientes sobre seus tratamentos, riscos de complicações e resultados de determinada terapêutica”, esclarece Dr. Afrânio.

 

  Interferência medicamentosa na resposta reprodutiva e  sexual masculina

 

  Dr. Lídio Centa,  andrologista, do Androlab de Curitiba expõem sobre a importância de todos os médicos também lembrarem  ao prescrever medicamentos,  da possibilidade de prejuízo à sexualidade masculina, dos riscos a sua fertilidade ao diminuírem número ou a qualidade dos espermatozóides, e ainda os riscos de teratogenicidade (malformações e abortamentos).

 

  Existem vários medicamentos de uso corriqueiro que podem interferir negativamente na fertilidade masculina, reforça Dra. Tânia Balcewicz, especialista de reprodução humana, preocupada com o alto número de pacientes jovens que vêm ao consultório com dificuldades para engravidar e que na investigação encontram-se medicamentos como responsáveis por tais dificuldades. Entre eles estão: finasterida e duasterida (para queda de cabelo), espirolactona, bloqueadores de cálcio para a hipertensão arterial, colchicina, alopurinol (para ácido úrico), cimetidina e ranitidina (para o tratamento de gastrite e úlceras), cetoconazol (para o tratamento de micoses), alguns antibióticos, e agentes psicoterápicos, entre outros. Também a quimioterapia e a radioterapia realizada em tratamentos de câncer podem prejudicar a fertilidade masculina de maneira irreversível e, por isso, homens que não têm filhos devem ser alertados sobre estes riscos e a possibilidade de congelamento de sêmen como opção para a preservação da fertilidade.

 

Intolerância a lactose e alergia a proteína do leite de vaca 

O número de casos de alergia a proteína do leite de vaca vem aumentando devido a diversos fatores, especialmente os ambientais  relacionados à nutrição.  Acometem cerca de 8% das crianças e 4 % dos adultos.

Nos pacientes em que a alergia a proteína do leite de vaca apresenta mecanismo IgE não mediado, os sintomas podem ser  tardios ,  após horas ou  dias do contato com a proteína do leite, de forma persistente ou repetitiva.  Nestes casos, podem ser encontrados um ou mais dos seguintes sintomas digestivos (vômitos, cólicas, diarreia, dor abdominal, prisão de ventre, presença de sangue nas fezes, refluxo, etc.), cutâneos (urticária, dermatite atópica de moderada a grave), respiratórios (asma, chiado no peito e rinite), reação anafilática, baixo ganho de peso e crescimento. Estes sintomas podem ser muito parecidos com quadros de intolerância a lactose, por isso há a necessidade de avaliação criteriosa  com diagnóstico e tratamento adequados.

Nos casos de intolerância a lactose, o paciente apresenta sintomas gastrointestinais, como: diarreia, cólicas, gases, distensão abdominal (barriga estufada); decorrentes da não absorção da lactose por deficiência enzimática da Lactase devido a fatores primários ou secundários, que podem ocorrer em minutos ou horas após a ingestão do leite de vaca.

Diante do exposto, Dra. Geruza Hendges, médica especialista em Gastroenterologia Pediátrica e  Professora de Medicina  UFPR Campus Toledo, reforça a necessidade de avaliação e tratamento adequados principalmente  com  orientações  nutricionais  específicas para  cada caso, que devem ser debatidas  nesta Jornada Médica.

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