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AGRICULTURA

Agrofloresta, reforma agrária e força feminina: o consórcio da nova sala de aula do MAIS

Guicelma saiu de um assentamento MST, em Goiás, para aprender em Brasília como plantar um novo futuro para as famílias e, em especial, as mulheres assentadas.

16/09/2016 - 12:03


Lugar de mulher é onde ela quiser. E Guicelma Macedo Arantes, como muitas mulheres brasileiras, escolheu o campo. Ou será que foi o campo que a escolheu? Bom, o fato é que há 10 anos ela tira da terra não só o sustento, como também a dignidade. A agricultura é uma das lideranças de um grupo de mulheres assentadas, de Salvador Allende, em Porangatu (GO). A força e protagonismo fez dela a beneficiada pelo financiamento coletivo do Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrópica (MAIS), no Curso Básico de Agrofloresta deste mês, no Sítio Semente, em Brasília.

Foram três dias de aprendizado. Agora, Guicelma tem uma importante missão: promover uma transformação social no assentamento em que vive, por meio da agrofloresta.

Vi muita coisa que ainda não conhecia e a partir de agora vou poder fortalecer os laços com o grupo de mulheres assentadas, tomando a frente do plantio. Afinal, mesmo com todos os princípios, a agrofloresta é uma tarefa fácil para as mulheres agricultoras.

A sabedoria de quem há tempos cultiva alimentos na terra, fez com que Guicelma, apesar de todo o conhecimento adquirido durante o curso, não descarta-se o que aprendeu anteriormente.

Quando a gente conhece a agrofloresta acha que sempre fez tudo errado, mas pelo contrário, estamos em um processo de aprendizado contínuo. Por isso, quero levar esse sistema de cultivo adiante.

Força, sensibilidade, fertilidade... Essas são apenas algumas das qualidade femininas que darão sustentação à nova sala de aula do MAIS, no assentamento de Salvador Allende. O integrante do Movimento, Ricardo Lopes, responsável pelo acompanhamento da agricultora, é só alegria.

Essa é a primeira formação feminina que financiamos e pelo que vimos durante o curso foi um grande acerto, pois a história da Guicelma fala por si só e temos certeza de que ela fará um belo trabalho junto as mulheres assentadas e toda sua comunidade. O papel da mulher campesina na agricultura é fundamental e precisa ser valorizado.

Guicelma Macedo Arantes

Guicelma Macedo Arantes, 42 anos, atua como agricultora há mais de 10 anos e é uma das lideranças do assentamento Salvador Allende em Porangatu (GO). Hoje comercializa sua produção através de uma cooperativa local para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que abastece creches públicas da região.

MAIS

O Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrópica (MAIS) viabiliza a formação de agricultores e agricultoras que se destacam em suas comunidades pela liderança e notório saber na lida com a terra. O objetivo é oferecer a oportunidade de formação a quem não tem condições de financiar um curso, para implantação e manejo de sistemas agroflorestais biodiversos. Essa formação é possível graças a mobilização dos integrantes do MAIS, que custeia a participação de agricultores selecionados, em cursos de agricultura sintrópica no Sítio Semente, do biólogo parceiro, Juã Pereira, em Brasília. O agricultor comtemplado torna-se, após um período de acompanhamento, um novo instrutor e sua propriedade uma nova sala de aula, onde acontecerão cursos e mutirões para disseminação da agrofloresta pelo Brasil.

Acesse: https://www.facebook.com/movimentodeagroflorestoresdeinclusaosintropica/?fref=ts

 

Da Assessoria.

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