O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) lançou nesta terça-feira (3), na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Cascavel, a Câmara Técnica dos Pequenos Negócios. A proposta é contribuir para o crescimento das pequenas empresas da região. Segundo dados do Sebrae, são mais de 130 mil empresas no Oeste, gerando 350 mil empregos.
O evento contou com a participação do presidente do Programa, Mário Costenaro; do diretor regional do Sebrae, Orestes Hotz, do secretário-executivo do POD, Jaime Nascimento, além de empresários e representantes das cooperativas do Oeste.
Segundo o presidente do POD, Mário Costenaro, através da Câmara dos Pequenos Negócios será possível aumentar o faturamento de outros setores produtivos da região que, antes, não tinham um envolvimento dinâmico com o programa. “Começamos trabalhando com setores mais distintos, como os da proteína animal, mas para o território crescer de forma sustentável, é necessário envolver todos os segmentos do Oeste. Essa Câmara trabalhará diretamente com o fortalecimento dos pequenos empresários, independentemente de suas áreas de atuação”.
Programas
A Câmara Técnica dos Pequenos Negócios atuará em três frentes: cooperação empresarial, incentivo a compra e venda entre empresas da região e, crédito para pequenos negócios.
Os temas são resultados de três projetos levantados pelo Programa Conexão Liderança, do Sebrae, que prepara líderes institucionais engajados no fortalecimento dos pequenos negócios: Redes de Cooperação Empresarial, Oeste Compra Oeste e Crédito para Pequenos Negócios.
“Durante os noves meses os empresários desenvolveram estratégias capazes de alavancar os pequenos negócio do Oeste. Com o encerramento desta edição do Conexão, resolvemos passar as metodologias para serem aplicadas pelo Oeste em Desenvolvimento”, explicou Orestes.
As metodologias
O Oeste Compra Oeste, por exemplo, busca incentivar as empresas da região a adquirirem produtos e serviços entre si. Somente as 54 prefeituras do Oeste compram por ano R$ 1,5 bilhão. Apenas 40% são fornecidos por empresas desses municípios. A usina de Itaipu, por sua vez, adquire na região apenas 15% dos cerca de R$ 250 milhões gastos em produtos e serviços anualmente. Esse valor poderia ser maior se as empresas estivessem preparadas e credenciadas no sistema de compras da usina.
Uma das propostas é criar um escritório de compras territorial para evitar a evasão de divisas para outras regiões e estados.
Segundo Jaime Nascimento, o consumo dos produtos e serviços produzidos e disponibilizados por empresas locais pelo mercado da região é fundamental para a sustentabilidade dos negócios e das empresas sediadas Oeste. “Queremos que os recursos gerados no Oeste fiquem e gerem emprego e renda para os oestinos. Segundo um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), a cada R$ 1 gasto em compras públicas, o retorno é de R$ 1,70”.
Com o programa de Redes de Cooperação Empresarial a proposta é promover o associativismo, organizar e fortalecer as empresas, bem como alavancar setores econômicos estratégicos com potencial de crescimento.
Dentro da proposta de Crédito para Pequenos Negócios, a Câmara Técnica buscará alternativas para facilitar o fornecimento de crédito para essas empresas, como acontece com os produtores rurais através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e, também, preparar demonstrações contáveis compatíveis às exigências das instituições financeiras.
Oeste em Desenvolvimento
Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que reúne mais de 40 instituições como a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a Amop, a Emater e a Fiep.
O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico sustentável do Oeste do Paraná por meio de ações integradas. Ele atua nas áreas de Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Crédito e Fomento, Capital Social e Cooperação, e Energias Limpas e renováveis.