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DESENVOLVIMENTO

Oeste em Desenvolvimento solicita estudo para facilitar a destinação de carcaças

Como a retirada de carcaças dos sítios e fazendas é proibida, os produtores são obrigados a fazer a compostagem manual

19/10/2016 - 12:09


O Programa Oeste em Desenvolvimento solicitou à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um estudo que apresente práticas capazes de facilitar a destinação de carcaças de animais mortos nas propriedades da região, utilizando equipamentos disponíveis no mercado. O índice de mortalidade na produção é de 3%. 

Hoje, os equipamentos para auxiliar no processo não tem licenciamento do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Caso o IAP autorize o uso dessas tecnologias, o tempo de descarte pode ser reduzido de 90 para 30 dias.

O estudo deve resultar em um manual com procedimentos do uso adequado desses equipamentos antes, durante e depois da destinação. A expectativa é que este trabalho seja apresentado durante o Show Rural em Cascavel, no início de fevereiro de 2017. O Oeste em Desenvolvimento terá um estande no evento.

A justificativa para o pedido foi apresentada na última sexta-feira (14), na sede do Sebrae, em Cascavel durante a reunião dos coordenadores das Câmaras Técnicas do programa. São oito câmaras: Meio Ambiente, Energias, Infraestrutura e Logística, Sistema Regional de Inovação, Leite, Suíno, Peixe e Frango.

“Hoje, ainda não temos uma legislação específica sobre este tema no País”, disse o presidente do Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro. “Por isso, solicitamos este apoio à Embrapa, que já atua com pesquisas nesta área”.

Agilidade

O médico veterinário Rafael Weiss, coordenador da Câmara de Suínos, explicou que esse estudo embasará o IAP na legalização de equipamentos como o roto acelerador e o desidratador, considerados fundamentais para o desenvolvimento da cadeia da proteína animal e cuidado com o meio ambiente.

Atualmente, a única forma utilizada para descartar esses animais é a compostagem manual, operação que leva 90 dias, em média. A previsão é que, ao utilizar o roto acelerador ou o desidratador, não só o tempo reduzirá para 30 dias, mas o trabalho do produtor também diminuirá em até 80%, pois não precisará mais fragmentar as carcaças de suínos, animais cujo peso varia de 100 a 300 quilos, segundo Weiss. A produção média de uma propriedade da região é de mil animais a cada 120 dias. Deste total, 30 morrem. “No roto acelerador ou desidratador coloca-se o animal inteiro”, explica o médico veterinário. Um trabalho pesado para o produtor.

Equipamentos liberados

No Estado de Santa Catarina já é utilizado o aparato pleiteado pelo Oeste em Desenvolvimento, mas o IAP ainda não regulamentou por acreditar na possibilidade do uso inadequado dos equipamentos, segundo a bióloga Maria Glória Genari Pozzobon, chefe-regional do IAP de Toledo. “Acreditamos que este estudo auxiliará na autorização do uso. Nós, do IAP, precisamos pensar tanto na facilidade para o produtor como na sanidade animal”, afirmou.

Segundo Glória, o subproduto, tanto do roto acelerador como do desidratador, é uma espécie de farinha. O receio do IAP é que este material não seja decomposto de forma adequada e acabe colocado para alimentar o rebanho. Por isso, mesmo com a perspectiva de uso dos equipamentos, a compostagem não deixará de existir, de acordo com a bióloga.

Mais sobre este tema: Empresário toledano desenvolveu equipamento para este fim. Confira

 

Outras frentes

Durante a reunião da última sexta-feira, coordenadores das Câmaras Técnicas também discutiram outros temas. Entre eles, o estudo que está sendo desenvolvido em parceria com as universidades para mapear as estradas rurais do Oeste do Paraná. Foi debatido, ainda, a necessidade de melhorar a distribuição de energia nas áreas rurais na região. “Hoje, a qualidade da energia que chega às propriedades é baixa, obrigando os produtores a utilizarem geradores movidos à óleo diesel”, disse Emilson Zabott, vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina.

Já a Câmara do Leite anunciou que lançará em 2017 uma certificação para verificar a qualidade do leite do Oeste. A região é responsável por 25% do que se produz no Paraná e 3,3% da produção brasileira. Mas, segundo especialistas, há potencial para aumentar consideravelmente este número, com qualidade.

O Oeste em Desenvolvimento também está desenvolvendo pesquisa para melhorar o aproveitamento da tilápia. Segundo o coordenador da Câmara do Peixe, Maurício Kosinski, apenas 320 gramas de cada quilo de tilápia são comercializadas. No frango, o aproveitamento é muito maior: 750 gramas por quilo. “Precisamos desenvolver outros produtos a partir desta proteína”.

 

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