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CULTURA

Curta Toledo: exibição de documentário provoca reflexão em adolescentes

A programação da 3º edição do Festival de Curta Metragens abriu espaço para a exibição de produções diferenciadas

27/10/2016 - 21:01


Todos os dias, as pessoas consumem produção audiovisual, seja na TV, na internet, no cinema... Mas o audiovisual oferece muitas possibilidades, além desse consumo cotidiano. E pensando nisso, o 3° Curta Toledo – Festival de Curta Metragens, incluiu na programação a exibição de produções diferenciadas, como documentários, que nada mais são do que filmes não-ficcionais. Nesta quinta-feira (27), na Casa da Cultura, os adolescentes do Projovem puderam assistir ao documentário etnográfico ‘Jejuvy: Uma luta incansável’.

O trabalho retrata a questão do suicídio entre jovens indígenas nas aldeias Guarani, de Guaíra, no Paraná. A produção foi das jornalistas toledanas Camila Andrade e Sindy Spohr, para o Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, da Faculdade Sul Brasil (Fasul). A orientação foi da secretária de Cultura e também jornalista, Rosselani Giordani.

A ideia surgiu de uma inquietação da, então, estudante de Jornalismo Camila Andrade sobre o tema e hoje consegue provocar esse mesmo sentimento em quem o assiste. “A produção audiovisual tem a capacidade de traduzir de forma muito rica as situações, por explorar mais do que um sentido. Mas o documentário etnográfico vai além, porque transporta quem o produz, e depois, que assiste, para outra realidade. É uma vivência do ponto de vista dos próprios personagens, que nesse caso, são reais e não criados”, explica.

A orientadora, Rosselane Giordani, lembra ainda, que por conta disso, a produção do documentário teve um trabalho técnico diferenciado. “As meninas tiveram que vivenciar um pouco do cotidiano deles. Participaram das atividades na casa de reza, conheceram o local onde moram, onde estudam e compartilharam momentos da dia a dia com eles. Isso foi fundamental para compreender a realidade das comunidades e a perspectiva deles”.

Mas após a etapa de pesquisa e a etapa de captação, as estudantes tiveram ainda outro desafio. Roteirizar e editar uma história contata integralmente pelos personagens. “Foram longas horas de gravação, edição e a parte mais difícil foi a tradução das falas do guarani para o português. Tínhamos que ouvir o que eles diziam, depois traduzir e sincronizar o áudio com a imagem. Um processo de aprendizado”, declarou Sindy Spohr.

Para as dezenas de adolescentes que assistiram a exibição ficou muito mais do que o aprendizado sobre o tema e sobre a produção de documentários, ficou a lição de que não é preciso ir muito longe para ter uma experiência de imersão em outra cultura. “Eles estão participando do Curta Toledo pela terceira vez e este ano, por coincidência, abordaram o tema de demarcação de terras indígenas no curta produzido”, comentou o educador do Projovem, Leandro Campos ao destacar a reflexão promovida pelo documentário. “É uma questão social que está muito próxima de nós. É importante  termos a oportunidade de participarmos disso para que possamos mostrar a importância das diferentes culturas e para que os adolescentes possam ser cidadãos melhores”.

Segundo ele, esta não é a primeira vez que os jovens têm contanto com este tema. “Em 2013 fomos á Diamante D’Oeste e passamos o dia na comunidade indígena. Tivemos palestras e vimos um pouco da realidade deles”, finalizou Campos.

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