Após a divulgação dos resultados do 1º Levantamento de Índice Rápido Amostral para Aedes aegypti (LIRAa) de 2017 na última sexta-feira (13), a Secretaria de Saúde de Toledo intensificou os trabalhos de prevenção nas regiões mais críticas e com maior índice de infestação. O objetivo é impedir que a situação se agrave, principalmente nessa época do ano, quando o clima é propício para a circulação do mosquito e para o aumento dos casos de Dengue.
Logo pela manhã, nessa segunda-feira (16), os agentes de combate à Dengue dividiram-se entre os bairros Boa Esperança I e Panorama I. Ambos estão com os maiores índices de infestação, 9,75% e 7,69%, respectivamente. Segundo o secretário de Saúde, Thiago Stefanello, as ações compreendem uma visita de orientação para a população, a distribuição de material informativo e a vistoria dos imóveis.
“Precisamos do apoio da comunidade, pois esse resultado que aponta para o surto só pode ser revertido com o auxilio da população. Além da orientação já vamos realizar a vistoria e a entrega de material educativo com o check list de todos os locais que o morador deve cuidar para que não se transforme num criadouro do mosquito”, informou Stefanello.
Antes mesmo de sair o resultado do LIRAa, no qual Toledo conseguiu o menor índice dos últimos sete anos, 1,94%, as primeiras ações já haviam sido reforçadas no Jardim La Salle na última sexta-feira (13). Segundo o supervisor técnico do setor de Combate às Endemias, Taylon Pereira, o cronograma das ações da semana seguirá a ordem das regiões mais críticas.
“Após terminarmos o Boa Esperança e o Panorama as equipes seguem para os bairros com maior índice de infestação. O Paulista (6,97%), Europa I (6,66%), Coopagro (5,4%), Pancera (5,12%), São Peregrino (4,16%), São Francisco II (3,57%), Bressan (3,5%), São Fancisco I (3,44%), Panambi II (3,03%), Filadélfia (3,03%), América I (2,94%), Operária (2,94%), Parizotto, (2,94%), Santa Maria (2,7%), Fachini I (2,56%), Maracanã II (2,43%), Santa Clara IV (2,32%), Esplanada (2,22%) e Croma (1,81%)”, disse Taylon. As ações também serão reforçadas com os agentes comunitários de saúde.
Segundo ele, é muito fácil reverter o quadro se as pessoas colaborarem com as ações de prevenção, já que o levantamento realizado apontou como principais criadouros baldes (8), bebedouros de animais (7), vasos sanitários no quintal (5), vasos de plantas (5), lonas (5) e pneus (4). Também foram encontradas larvas em potes, tonel, saco plástico, piscina, peça de carro, pé de mamão, material de construção, marmitex, lata, garrafa Pet, galão, folha de coqueiro, calha, caixa de gordura e caixa d’água.
“Nós percebemos que muitas pessoas estão conscientes e procuram ajudar na prevenção, mas às vezes deixam passar pequenos detalhes e é aí que o mosquito aproveita para deixar as suas larvas”, comentou Taylon.
Ação começou cedo nos bairros
A professora Neide Gomes Quadros foi uma das moradoras que recebeu a visita logo cedo dos agentes de combate à dengue. Ela ficou surpresa com o resultado do LIRAa em sua região e disse que recebeu várias orientações dos profissionais da saúde. “A agente comentou sobre a infestação e orientou sobre os cuidados, principalmente com os vasos de plantas, baldes d’água, mas eu não deixo balde com água. Trabalho num centro de educação infantil e as meninas [zeladoras] de lá também orientam e cuidam bastante. Inclusive eu acabei de lavar o recipiente de água da minha cachorra para não deixar sujeira”, disse a moradora que leva à risca as recomendações.
Ela também elogiou o trabalho realizado pela Prefeitura e criticou as pessoas que não colaboram. “Acho importante a divulgação, pois tem muitas pessoas que não dão muita importância, deixam lixo acumular na frente de casa, não limpam os quintais. É importante tanto a orientação, quanto a fiscalização. Quanto mais defensiva está a pessoa, é porque muitas vezes tem coisa errada lá no quintal dela”, completou a professora.
A dona de casa, Sirlei Rodrigues Alves de Souza, também recebeu a visita e orientações dos agentes. Segundo ela o cuidado com as recomendações é constante. “Nós moramos em casa alugada e a única parte com materiais é do proprietário e tá sempre coberto no fundo do lote. Procuramos deixar tudo sempre limpo. Não deixo água parada em lugar nenhum. Vim de São Paulo há menos de um ano e em Campinas a situação também era crítica. Por isso a gente sabe da importância de se prevenir”, relata a moradora.
Sirlei criticou as pessoas que não se esforçam para deixar a casa ou terreno limpo. “O pessoal que não cuida é por falta de consciência, se cada um fizer a sua parte não teríamos esse tipo de problema”, desabafa.